terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Desenho

Quer me deixar perdida?

Me dê um papel bem grande (pode ser um A3).
Fico sem saber o que fazer!

Pra que tanta superfície se o meu desenho é pequeno, se quero pouco mesmo...
Pouca área, eu digo. O que pode surgir de um pedacinho de papel nunca será pouco, desde que feito com inteireza.

Cada traço meu é um prolongamento de mim. Eu conduzida pelo tubo da caneta bic e sendo grafada das mais diversas formas.
Em um menino, um pé, um mapa da rede ferroviária, lá estou.

Eu e tudo de que me alimento: o tempo, as pessoas, os lugares, as cores, a música, os gostos, o teatro, as palavras e o nariz vermelho.

Já uso direto a caneta porque a borracha me é proibida.
Até prefiro assim.
Mais semelhante à vida.

*Homenagem à amiga Nat Lemos.

3 comentários:

  1. mas é uma flor mesmo, né?

    fazia um tempo que não entrava aqui. amei
    que respira respira respira.

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  2. De fato, sem borracha é bem mais real.Não importa o tamanho da folha, e não necessariamente precisa ser um desenho.Basta ter um pouco de coração.

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