Quer me deixar perdida?
Me dê um papel bem grande (pode ser um A3).
Fico sem saber o que fazer!
Pra que tanta superfície se o meu desenho é pequeno, se quero pouco mesmo...
Pouca área, eu digo. O que pode surgir de um pedacinho de papel nunca será pouco, desde que feito com inteireza.
Cada traço meu é um prolongamento de mim. Eu conduzida pelo tubo da caneta bic e sendo grafada das mais diversas formas.
Em um menino, um pé, um mapa da rede ferroviária, lá estou.
Eu e tudo de que me alimento: o tempo, as pessoas, os lugares, as cores, a música, os gostos, o teatro, as palavras e o nariz vermelho.
Já uso direto a caneta porque a borracha me é proibida.
Até prefiro assim.
Mais semelhante à vida.
*Homenagem à amiga Nat Lemos.
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
Amor, não paixão.
Antes, o sentimento. Depois o seu objeto.
Quando a gente se apaixona, gosta mesmo da pessoa ou da sensação de gostar?
Ando percebendo...Mesmo que aquela paixão toda já tenha ido e que a pessoa em si não faça mais falta, resta a saudade dos calafrios, do coração disparado.
E para isso acontecer... Essa tal de paixão. O que a suscita? Pode ser uma curiosidade, um mistério, uma dificuldade de acesso. A promessa de que aquela pessoa será a solução para algo de incompleto na sua vida. Ou ainda melhor, o achar que alguém lá fora é o resultado da sua busca, a peça que dá o encaixe perfeito para que você se sinta inteiro.
Vejo o quanto isso é falho. Para existir esse sentimento, é necessário projetar, criar uma representação virtual de alguém, que nunca corresponderá ao que é de verdade.
Acaba-se elevando o objeto de paixão a um patamar de contemplação, para onde se olha de baixo.
A sua completude depende tão somente de você e nada externo o fará maior se não houver interação, troca. É algo que só pode ocorrer olhando o outro de frente, na mesma altura.
Por isso minha escolha agora é a de amar, não me apaixonar.
Quando a gente se apaixona, gosta mesmo da pessoa ou da sensação de gostar?
Ando percebendo...Mesmo que aquela paixão toda já tenha ido e que a pessoa em si não faça mais falta, resta a saudade dos calafrios, do coração disparado.
E para isso acontecer... Essa tal de paixão. O que a suscita? Pode ser uma curiosidade, um mistério, uma dificuldade de acesso. A promessa de que aquela pessoa será a solução para algo de incompleto na sua vida. Ou ainda melhor, o achar que alguém lá fora é o resultado da sua busca, a peça que dá o encaixe perfeito para que você se sinta inteiro.
Vejo o quanto isso é falho. Para existir esse sentimento, é necessário projetar, criar uma representação virtual de alguém, que nunca corresponderá ao que é de verdade.
Acaba-se elevando o objeto de paixão a um patamar de contemplação, para onde se olha de baixo.
A sua completude depende tão somente de você e nada externo o fará maior se não houver interação, troca. É algo que só pode ocorrer olhando o outro de frente, na mesma altura.
Por isso minha escolha agora é a de amar, não me apaixonar.
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
Inesperado
Uma fruta na salada.
Uma flor no concreto.
Um gato no molhado.
Um sorriso largo, aberto.
Um beijo roubado.
Uma rua quieta.
O inesperado!
Pausa.
Adormece o pensamento,
Desperta para o agora,
Abre os sentidos.
Então você passa a ver uma placa que sempre esteve em seu caminho;
Reconhece o perfume de verbena que ela usa desde os dezesseis;
Enfim entende aquela música que ouve todos os dias;
Distingue o gosto de coentro no tradicional tempero do peixe assado;
E valoriza o carinho dos dedos em seus cabelos.
Uma flor no concreto.
Um gato no molhado.
Um sorriso largo, aberto.
Um beijo roubado.
Uma rua quieta.
O inesperado!
Pausa.
Adormece o pensamento,
Desperta para o agora,
Abre os sentidos.
Então você passa a ver uma placa que sempre esteve em seu caminho;
Reconhece o perfume de verbena que ela usa desde os dezesseis;
Enfim entende aquela música que ouve todos os dias;
Distingue o gosto de coentro no tradicional tempero do peixe assado;
E valoriza o carinho dos dedos em seus cabelos.
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
Nada menos que tudo
Não quero conhecer um pouco
.
.
.
E depois mais um pouco.
Para algo ir se completando
P a u l a t i n a m e n t e
Não funciono por cotas.
Aliás, tenho até alergia.
{cotas de tempo}
{cotas de informação}
{cotas de intimidade}
Conquistadas como bônus das fases de um vídeo-game.
Não me venha com quantificações.
Os únicos números que entendo
São o zero 0 e o um 1.
O nada e o todo.
Eu desejo por inteiro
Que cada célula da minha pele
Entre em contato com cada célula da sua
E elas reajam quimicamente
Até formarem um único composto.
.
.
.
E depois mais um pouco.
Para algo ir se completando
P a u l a t i n a m e n t e
Não funciono por cotas.
Aliás, tenho até alergia.
{cotas de tempo}
{cotas de informação}
{cotas de intimidade}
Conquistadas como bônus das fases de um vídeo-game.
Não me venha com quantificações.
Os únicos números que entendo
São o zero 0 e o um 1.
O nada e o todo.
Eu desejo por inteiro
Que cada célula da minha pele
Entre em contato com cada célula da sua
E elas reajam quimicamente
Até formarem um único composto.
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
Evolução plural
As pessoas passam a conhecer melhor a si próprias, percebendo seus limites, reações, sentimentos e pensamentos. Também conhecem o outro, tendo a oportunidade de, na convivência, aprender a respeitá-lo e aceitá-lo.
Nos meus relacionamentos venho descobrindo muito sobre mim e meus mecanismos de ação, sendo oferecida a chance de revê-los e modificá-los.
Eu sinto estar cada vez mais perto de quem eu realmente sou, da essência.
Devo isso às pessoas que vem passando e ficando na minha vida.
*Em sânscrito, Satya é Verdade e Sangha, nós. Satsang é um encontro de pessoas em busca de um mergulho mais profundo na Verdade, geralmente conduzido por mestres espirituais.
**Prem Baba é um mestre espiritual yogue (http://www.prembaba.org.br/)
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