Se me abrisse com zíper, qual a graça?
Na descoberta não haveria prazer algum.
Olharia para mim como a um quadro pendurado
Em meio a tantos outros
Na sua visita apressada ao museu.
Sem saber o porquê das cores lá pintadas.
De ser tinta a óleo, guache ou de amora pisada.
Não saberia da força com que foram dadas as pinceladas.
Não saberia da escolha do tema.
Não saberia da mudança de rumo.
É na abertura dos botões, um a um,
Que se desvela a beleza.
É preciso demora.
Sim, sim. São necessárias as pausas.
domingo, 20 de novembro de 2011
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
verão
Há pouco me olhei no espelho e voltei ao dia em que nos vimos os dois, refletidos. Lembro de você dizendo que bonito casal fazíamos. Não era amor, era deslumbramento. Nem precisávamos ir ao mar, ele vinha ao nosso encontro. No céu, quase espaço algum sem estrelas. Mesclados os sons de onda e violão, às vezes o tremido da gaita. Risos e folhas largas vermelhas dançando. Lembro de você dizendo que meu sorriso podia iluminar o mundo. Não era amor, era o verão.
Assinar:
Postagens (Atom)