Você evita, evita... Mas chega uma hora que não dá mais! Afinal, já se passaram alguns meses da virada do ano. Quando se pretende arrumar tudo.
Abre a porta e o que vê são tecidos e cores embaralhados.
Por onde começar?
Na desordem, o início pode ser qualquer lugar.
Vestidos. Não adianta saudosismo. O que foi do verão não faz mais sentido no outono.
Vai, coragem! Dobre um por um, mesmo que com certa dor.
Coloque em algumas sacolas e feche no armário do alto.
Guarde na memória.
Pode até ser que precise recorrer a eles depois. Mas não conte com isso.
Algumas peças do verão dá até pra vestir agora. De um modo diferente, com uma meia calça, blusa de manga comprida por baixo... Questão apenas de adaptar.
As calças e agasalhos leves você mantém. São aqueles que continuarão sempre presentes, independente do clima.
Veja, aqui tem umas blusas que você usa desde os quinze anos e ainda lhe servem.
Encontra no cabide aquela calça verde bandeira. Já não cabe e nem é mais seu estilo.
Mas ela mostra tanto quem você já foi! Deixe ela lá só pra te lembrar.
Traz pra baixo os agasalhos mais pesados. Nada familiares. A princípio desconfortáveis.
Mas você sabe que serão necessários e que um dia até lhes será grata.
O que faz essa saia aqui? Não combina, está desbotada, te deixa feia. Permanece só pelo costume de ficar? Tire daí! Liberte-se.
Essa camiseta tem uma manchinha que compensa tentar tirar. Quem não tem suas máculas, certo?
Mas algumas estão com manchas que dominam tudo. Aí não tem mais como. A solução é mesmo se desfazer.
Por fim, o negócio é ficar com aquelas roupas que lhe servem e valorizam o melhor de você.
Fique com o que você quer do armário e não com aquilo que simplesmente está lá.
Sei, há resistência. Há apego.
Mas sem essa de ficar com algo para “no caso de...”.
Mantenha somente o que quer e precisa agora. Afinal, não há outro momento.
Arrume o armário sem parar pra pensar. O instinto é que é sábio.
pra mim, é sempre terapêutico.
ResponderExcluiré quase que uma metáfora da vida.
sábio quem disse que quem tem um quarto bagunçado,tem uma vida bagunçada.
Amah: Gostei da ideia de usar o armário para falar sobre as lembranças e de como ajustá-las a uma perspectiva de agora, já passado um tempo de cada experiência. É uma revisitação interessante. Reparos aqui. Coisas para jogar fora mesmo. Reinteterpretações. Muito bom, Dona Amah!
ResponderExcluirvocê e sua filosofia do dia a dia. hehehe
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