
Quando era menina, morria de medo do silêncio compartilhado. Sabe? Aquele que aparece quando duas pessoas não têm ou não sabem o que falar ou (descobri mais tarde) simplesmente não acham que se expressar verbalmente seja necessário.
Dava um constrangimento louco, uma vontade de sumir, de sair correndo. Eu chegava até a evitar situações em que poderia ficar sozinha com alguém, por medo de isso acabar acontecendo.
Bem, cresci. E acho que junto do processo de amadurecimento passei a gostar cada vez mais do silêncio. Mesmo do compartilhado. Ou principalmente dele.
Dizem que o silêncio é o que chega mais próximo da manifestação de Deus. Tenho de concordar.
Quando pessoas têm entre si apenas a ausência de som (incluindo o barulho mental) é o sentimento de comunhão que surge. E elas se ligam no laço mais intenso que pode existir.
Amah, gostei muito como sempre. Talvez se possa dizer que no início tudo era silêncio. Daí essa sensação de plenitude, aérea e profunda, a que o silêncio nos remete. O silêncio a dois é o melhor. Traduz-se em um retorno ao fudamental mais seguro; não dá a vertigem que tenho ao buscar o eterno sozinho.
ResponderExcluirmomento sagrado sagrado sagrado momento.rs.
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