segunda-feira, 12 de abril de 2010

Silêncio


Quando era menina, morria de medo do silêncio compartilhado. Sabe? Aquele que aparece quando duas pessoas não têm ou não sabem o que falar ou (descobri mais tarde) simplesmente não acham que se expressar verbalmente seja necessário.
Dava um constrangimento louco, uma vontade de sumir, de sair correndo. Eu chegava até a evitar situações em que poderia ficar sozinha com alguém, por medo de isso acabar acontecendo.

Bem, cresci. E acho que junto do processo de amadurecimento passei a gostar cada vez mais do silêncio. Mesmo do compartilhado. Ou principalmente dele.

Dizem que o silêncio é o que chega mais próximo da manifestação de Deus. Tenho de concordar.
Quando pessoas têm entre si apenas a ausência de som (incluindo o barulho mental) é o sentimento de comunhão que surge. E elas se ligam no laço mais intenso que pode existir.

2 comentários:

  1. Amah, gostei muito como sempre. Talvez se possa dizer que no início tudo era silêncio. Daí essa sensação de plenitude, aérea e profunda, a que o silêncio nos remete. O silêncio a dois é o melhor. Traduz-se em um retorno ao fudamental mais seguro; não dá a vertigem que tenho ao buscar o eterno sozinho.

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  2. momento sagrado sagrado sagrado momento.rs.

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